segunda-feira, 1 de abril de 2013

Exageros na busca do corpo perfeito na adolescência pode resultar em baixa estatura e doenças


 
Pesquisa aponta que 40% dos adolescentes se exercitam visando aumento de massa muscular e 38% recorrem à suplementação
A ditadura do corpo em forma, com músculos bem definidos, também é uma preocupação dos adolescentes. Mais de 40% dos meninos nesta faixa etária, aponta pesquisa publicada no Pediatrics com mais de 1.300 participantes, exercitam-se regularmente para ganhar massa muscular, sendo que 38% recorrem à suplementação e 6% já experimentaram esteróides anabolizantes.

Como o esporte está associado à saúde, muitos pais incentivam esse tipo de comportamento nos filhos, sem saber o perigo que estão expostos. As lutas (UFC, MMA, Jiu Jitsu, entre outras), hoje na moda, também despertam o desejo desses jovens - prova disso é o anuncio recente de que Ronaldo, 12 anos, filho mais velho do ex-jogador Ronaldo, está se lançando como profissional de MMA. Será que para ficarem fortes a ponte de enfrentar adversários, a musculação pesada é essencial?
Para esclarecer as dúvidas sobre o polêmico tema, o fisiologista Diego Leite de Barros, do HCor - Hospital do Coração em São Paulo, responde as questões abaixo.

A partir de que idade é possível ingressar nas modalidades de lutas? E se for profissional, que exige treinamento pesado e alimentação específica? As lutas marciais são atividades recomendadas para crianças a partir de 6, 8 anos, nesta fase, a dominância lateral, força, velocidade e noção espacial começam a se desenvolver de forma mais acelerada e estímulos do tipo serão de grande ajuda na maturação do equilíbrio e controle de movimentos. Na questão do treinamento visando alto rendimento, não é recomendado até que o desenvolvimento do adolescente esteja completo.

É indicado fazer musculação na adolescência?
A musculação feita de forma intensa, de hipertrofia pura, pode prejudicar o desenvolvimento físico do adolescente e interferir no seu crescimento, já que as epífises ósseas não estão "fechadas" e o treinamento de alta sobrecarga interfere nesta área, responsável pelo crescimento da massa óssea.

Quais atividades físicas são recomendadas para esses jovens?
As atividades de movimentação mais ampla e que trabalham diferentes capacidades físicas são as melhores, pois ajudam a desenvolver essas habilidades em um momento propicio, em que passam por um processo de transformação e formação do corpo. É preciso ter cuidado, no entanto, com atividades de altas intensidade e altas sobrecargas, que podem causar lesões e comprometer o crescimento.

Muitos adolescentes sonham com músculos e abdômen definido, é possível alcançar um corpo sarado nesta idade sem se machucar?
Não existe nenhuma razão lógica para querer se adquirir "músculos e abdômen definidos" nesta idade. As crianças precisam fazer esporte e se divertir durante a pratica de exercícios e não procurar objetivos estéticos. É essencial que aprendem a importância dessas atividades na saúde e como forma de socialização, não para se tornarem musculosos.

Quais os riscos da ingestão indevida de suplementos?
Os suplementos são indicados para quem tem necessidades energéticas acima das convencionais e para aqueles que em sua dieta precisam de algum tipo de complemento. Quando se usa suplementos para acelerar o processo de ganho de massa muscular ou acelerar sua recuperação de algum treino mais intenso, devemos ter muito cuidado e o acompanhamento de um nutricionista. Quando a suplementação não respeita as características e reais necessidades podemos sobrecarregar alguns órgãos como rins e fígado, entre outros.

Por que é perigoso usar anabolizantes?
Como levam à maturação esquelética e puberdade precoce, o adolescente deixa de crescer, fica com baixa estatura. Além disso, aumenta as chances de lesão, gera infertilidade, dores nas articulações, acne, retenção hídrica, disfunções renais e hepáticas, entre outras complicações. Ainda leva a alterações de humor, quadros depressivos e irritabilidade.
Informações à imprensa:
Target | Estratégia em Comunicação
Assessoria de Imprensa do HCor – Hospital do Coração
Bruno Folli/ Thaís Souzza/ Ricardo Costa/ Karina Klinger
Tel: (11) 3063-0477

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