sábado, 27 de abril de 2013

América Latina terá 17 milhões de casos de câncer até 2030

 Um relatório produzido por especialistas da revista "Lancet Oncology" que será apresentado hoje em um seminário em São Paulo mostra que a América Latina não está pronta para lidar com o crescimento dos casos de câncer.
A equipe, liderada pelo médico Paul Goss, da Universidade Harvard, mostra que os casos de câncer na região devem somar 17 milhões até 2030, com 1 milhão de mortes por ano previstas.
Apesar de ainda ter uma incidência menor de câncer do que os EUA e a Europa, a América Latina tem maior mortalidade pela doença do que as outras regiões.
Na América Latina, há 163 casos de câncer por 100 mil habitantes e 13 mortes a cada 22 casos. Nos EUA, são 13 mortes a cada 37 casos.

Um dos grandes motivos para a diferença é o estágio no qual os tumores são detectados. Nos EUA, 60% dos casos recebem diagnóstico já no início da doença, o que acontece só em 20% dos casos no Brasil e 10% no México.
De acordo com Paul Goss, uma das explicações para a falta de diagnósticos precoces é o fato de os países da América Latina terem concentrado esforços e investimentos na prevenção e no tratamento de doenças infecciosas. "A aplicação de recursos em doenças como o câncer não aconteceu", escreveu Goss em comunicado.

O problema é que o câncer é uma doença ligada ao envelhecimento da população. O relatório estima que, até 2020, 100 milhões de pessoas na América Latina terão mais de 60 anos.
"A adoção de estilos de vida similares aos praticados em países desenvolvidos levará a um rápido crescimento do número de pacientes com câncer, um custo para o qual os países da América Latina não estão preparados."

O estudo também destaca o problema da concentração dos centros de atendimento oncológico em grandes cidades, deixando descoberta grande parte da região.

Fonte: Folha de SP

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